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PF prende filho de PM por enganar 300 vítimas e faturar R$ 12 mi; veja

O empresário Pedro Gil Fonseca Duarte (foto em destaque), 30 anos, foi preso pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (14/6) como um ...


O empresário Pedro Gil Fonseca Duarte (foto em destaque), 30 anos, foi preso pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (14/6) como um dos principais suspeitos de liderar esquema de pirâmide financeira. O caso já havia sido denunciado pela coluna em janeiro deste ano. Duarte é filho de um policial militar da reserva remunerada do DF e causou prejuízo a mais de 30 PMs de Brasília.

O grupo criminoso é acusado de cometer crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e de pirâmide financeira (Esquema Ponzi). Além de Duarte, também foram presos a sua irmã Isabela Fonseca Alves Duarte e o primo Matheus da Fonseca Correia.

Segundo a PF, o inquérito policial foi instaurado este ano e, até o momento, foi apurado que a organização criminosa captou valores milionários de ao menos 300 vítimas em Brasília, Floriano (PI), Elizeu Martins (PI), Corrente (PI) e Teresina (PI).

Os investigados se apresentavam como “traders” para captar dinheiro das vítimas, a pretexto de aplicar os recursos no mercado de valores mobiliários.

Foram mobilizados 15 policiais federais para o cumprimento de oito mandados judiciais, nas cidades de Brasília, Formosa (GO) e Cuiabá (MT), sendo um mandado de prisão preventiva, dois de temporária e cinco de busca e apreensão. As ordens foram expedidas pela Vara Federal Cível e Criminal da Subseção da Justiça Federal de Floriano (PI).

As investigações mostraram a captação de recursos de clientes (vítimas) por meio de fraude, com promessas de ganhos mensais de até 20% sobre o capital investido, para supostamente serem aplicados no mercado financeiro por meio de empresa não autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a captar recursos e realizar investimentos no mercado.

Os investigados emitiram e ofereceram ao público valores mobiliários consistentes em contratos de investimento coletivo em nome de empresa de fachada, sem registro prévio de emissão junto à CVM, sem lastro ou garantia suficientes e sem autorização prévia da comissão.

Os valores disponibilizados pelas vítimas para os criminosos variavam de R$ 5 mil a R$ 430 mil, depositados diretamente nas contas pessoais dos investigados.

Os envolvidos devem responder por crimes contra o sistema financeiro nacional, crime contra a economia popular, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

A operação contou com a colaboração do Ministério Público Federal (MPF), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Coordenação-Geral de Repressão à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro da Polícia Federal (CGRC/PF) e das Polícias Civis Estaduais das cidades de Floriano (PI) e Brasília.

Alavancada

O nome da operação é uma referência à forma de atuação que permite ao investidor do mercado financeiro negociar volumes financeiros bem superiores ao que ele possui quando identifica uma grande oportunidade no mercado. Com uma pequena quantia em dinheiro, é possível ampliar os ganhos de um investimento, assim como as perdas também podem ser significativamente maiores.

Reuniões no batalhão

Pedro Gil Fonseca Duarte é dono da Pedro Intermediação de Negócios Eireli (2P Trader). A maioria das vítimas afirma que foi convencida pelo pai do empresário. Em reuniões realizadas no 20º Batalhão de Polícia Militar (Paranoá), o policial aposentado garantia que o filho tinha a qualificação para atuar no merado financeiro e assegurava que o lucro era certo.


Os PMs fizeram aplicações que variam de R$ 55 mil a R$ 77 mil. Além de transferências em dinheiro, os militares também passaram bens, como automóveis, para o nome do trader. Estima-se que, apenas em um batalhão, Pedro Duarte tenha lucrado mais de R$ 1 milhão com a promessa de ganhos de até 20% ao mês.

Um policial militar detalha que, em 26 de fevereiro de 2021, firmou contrato com Pedro Duarte. Segundo o acordo, o PM investiria R$ 20 mil em operações na bolsa de valores. A quantia seria administrada pela empresa 2P Investimentos.

O contrato também estabelecia que, após seis meses da assinatura, a empresa pagaria 20% do capital investido, além do valor inicial. Após receber os rendimentos nos primeiros meses, o militar decidiu depositar mais R$ 40 mil. Interessado nos lucros, outro PM investiu R$ 30 mil, sob as mesmas condições contratuais.

Segundo as vítimas, o suspeito prometia a devolução de R$ 206 mil reais, em setembro de 2021. O valor seria dividido entre os dois investidores.

Após o vencimento do prazo, entretanto, o empresário não pagou os valores e, desde então, protela o pagamento. Sempre que as vítimas cobravam, Pedro Duarte estabelecia nova data para cumprimento do acordo, afirmando que venderia bens para quitar a dívida.

Um outro policial ressaltou que conheceu o suspeito em uma visita que ele fez ao batalhão em que o oficial trabalha. Na ocasião, o rapaz lhe ofereceu uma oportunidade de investimento.

“Ele é filho de um subtenente da reserva da PMDF e, por isso, conseguiu livre trânsito na unidade. Diante da oferta de negócio, entrei em contato para formalização do contrato de R$ 10 mil. Cerca de um mês depois, soube que ele não vinha honrando com seus contratos e, por vezes, atrasava o pagamento de valores”, disse o PM.

O militar se reuniu com outras vítimas e foi até o escritório da financeira, localizado em Planaltina. Ocasião em que Pedro Duarte informou que tinha tido suas contas bloqueadas devido a saques altos. Contudo, diante dos questionamentos, acabou admitindo que não possuía o dinheiro para saldar os acordos.

Golpe

Em julho do ano passado, um grupo formado por integrantes do 20º Batalhão decidiu procurar a Polícia Civil para denunciar o golpe. Eles informaram que assinaram contratos com a empresa 2P, nos valores de R$ 22 mil, R$ 30 mil, R$ 77 mil, R$ 29 mil, R$ 13 mil, R$ 16 mil, R$ 33 mil e R$ 55 mil.

Os policiais alegaram que não receberam os rendimentos prometidos nem conseguiram o ressarcimento do valor. As vítimas também apontam que a irmã de Pedro Duarte, Isabela Fonseca Duarte, diretora da empresa, também estaria envolvida no esquema. A mulher, inclusive, foi vista circulando em uma Mercedes C180, que custa aproximadamente R$ 237.900, em Planaltina.

Em um grupo montado no WhatsApp, funcionárias da 2P chegaram a prometer pagar os valores de forma parcelada e deram instruções pedindo para que os policiais não ligassem para Pedro Duarte, pois atrapalharia a atuação dele na bolsa de valores – tarefa, segundo elas, estressante e que exige muita concentração.

Confira os áudios enviados às vítimas:



Com informações do Metrópoles

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