Com 30 dias para finalizar o inquérito policial que apura a morte de Shirlene Ferreira da Silva, 38 anos, e da filha, Tauane Rebeca da Silva...
Com 30 dias para finalizar o inquérito policial que apura a morte de Shirlene Ferreira da Silva, 38 anos, e da filha, Tauane Rebeca da Silva, 14, assassinadas em um córrego do Setor Habitacional do Sol Nascente, policiais da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte) trabalham para esclarecer o último ponto crucial das investigações: saber se houve a participação de mais uma pessoa no duplo homicídio. Apontado como o principal suspeito do crime, Jeferson Barbosa dos Santos, 26, foi preso no interior da Bahia, no município de Luís Eduardo Magalhães, em menos de 24 horas depois de ter a foto divulgada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
Investigadores da 19ª DP e da 3ª DP (Cruzeiro) viajaram para o município baiano na tarde de terça-feira (8/2), após receberem a informação sobre o paradeiro do acusado. Delegado à frente das investigações, Thiago Peralva detalha que Jeferson estava escondido na casa de familiares e, ao ver a foto sendo amplamente divulgada, teria ficado com medo de ser assassinado. "Ele pediu para um familiar nos procurar falando que ele (Jeferson) se entregaria", afirma.
Para se entregar, Jeferson interpôs algumas condições aos policiais: a primeira é que ele só se renderia para a polícia do DF, nenhuma outra nem mesmo a da Bahia; a outra exigência seria de que, no momento da prisão, algum familiar dele estivesse presente. A equipe de policiais concordou. Por volta das 3h30, o preso chegou à Brasília e foi conduzido à delegacia.
Frio e calculista
Jeferson foi descrito pelos investigadores como um homem de personalidade "alterada e instável". Segundo o delegado Thiago Peralva, desde o momento da prisão, foram feitas várias tentativas de conversa com o acusado. "No começo da viagem (de volta ao DF), ele ficou calado, respondeu de forma fria (as perguntas), depois ficou agressivo, debochado, mudando o tipo de comportamento. Ele tem uma personalidade muito alterada e instável, muda muito rápido", analisa Peralva.
Jeferson não comentou sobre o duplo assassinato. "Ele confirmou que estava no local, no dia e no horário do crime. Que estava no córrego, desceu na cachoeira, mas diz que foi para fumar um cigarro de maconha e, depois, foi embora. Tenho 30 dias para terminar a investigação, que é o prazo da prisão temporária dele. Durante esse período, vou esclarecer se havia mais alguém no local do crime. Até o momento, ele (Jeferson) foi visto sozinho", adianta o delegado.
37 facadas
Grávida de quatro meses, Shirlene Ferreira saiu de casa às 14h30 de 9 de dezembro de 2021, na companhia da filha. Por volta das 18h30, o marido da vítima, Antônio Silva, chegou em casa e perguntou pela mulher ao filho mais novo do casal. Em resposta, o garoto disse que as duas haviam saído para ir a um córrego e não tinham retornado. Preocupados, os familiares registraram boletim de ocorrência por desaparecimento na 23ª Delegacia de Polícia (P Sul). Mãe e filha deixaram os celulares em casa antes do passeio.
Uma força-tarefa foi montada para buscar as duas mulheres, com cães farejadores, mergulhadores e helicópteros do CBMDF e da Divisão de Operações Especiais da PCDF (DOE). As equipes encontraram um guarda-chuva à margem do córrego. Os investigadores localizaram os corpos após 11 dias de buscas, distante cerca de 500 metros do córrego.
Mãe e filha estavam uma ao lado da outra, com metade dos corpos enterrados sob um lamaçal, e a outra parte coberta por folhas. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Shirlene foi atingida 37 vezes com golpes de faca, provavelmente em uma tentativa de proteger a filha, Tauane, do agressor, segundo avaliação da polícia.
Com informações do Correio Brasiliense
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