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Preocupante! Em um ano feminicídios no DF aumentam 70%; confira a trisite realidade

Levantamento realizado pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP- DF) mostra que, em apenas um ano, o número de feminicí...


Levantamento realizado pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP- DF) mostra que, em apenas um ano, o número de feminicídios registrados no DF aumentou quase 70%. Se em 2020 foram 13 pessoas mortas pelo simples fato de serem mulheres, em 2021 este crime de crime passou para 22.

O estudo aponta, ainda, ter havido incremento de 20,4% nas tentativas de feminicídios, saltando de 54 para 65 casos no período analisado.

Segundo Leonardo Sant’Anna, consultor especialista em segurança pública, a elevação de ocorrências desta natureza de 2020 para 2021 deve-se ao fato de que, com a pandemia e o acréscimo no número de desempregados, o agressor – que de forma majoritária apresenta-se como marido ou namorado da vítima – passa mais tempo em casa, surgindo, assim, mais oportunidades para que o crime seja consumado.

“A proximidade da mulher com esse homem dentro de casa é um estopim natural para a violência” explica. “A vítima que se relaciona com este indivíduo, que faz parte do ambiente familiar, está mais propensa a sofrer com a violência, pois com o isolamento, ela não tem mais para onde ir”, conclui Sant’Anna.

Hector Vieira, professor, antropólogo e advogado, afirma que o aumento da quantidade de feminicídios durante o período da pandemia pode ser explicado pela necessidade de confinamento em um mesmo ambiente com um potencial agressor. “Isso fez com que as relações tivessem um contato diário forçado, imposto pelo isolamento social”, explica.

“É claro que isso por si só não justifica inteiramente a situação, mas a pandemia juntamente com o cenário econômico do país fez com que esses índices aumentassem”, continua Vieira. “Quando se trata de uma sociedade patriarcal e machista, os homens tendem a se ver como os donos ou os provedores da casa, fazendo com que a mulher seja refém do parceiro em muitos casos”, conclui o professor.


Perfil das vítimas e agressores

Segundo o Relatório de Monitoramento dos Feminicídios no DF, divulgado pela Câmara Técnica de Monitoramento de Homicídios e Feminicídios (CTMHF), 83,1% das vítimas tinham de 18 a 49 anos e 63,2% eram pardas. Cerca de 36,8% possuíam apenas o ensino médio completo e 19,1% tinham nível superior.

Entre os agressores, 32,3% possuem de 30 a 39 anos e 62,4% são pardos – 71,44% dos autores estão presos e 50,5% daqueles detidos estão com a sentença com trânsito em julgado.

Além disso, 84% dos autores tinham relação íntima de afeto com a vítima, 76,1% dos crimes ocorreram no interior de residências e 84,3% dos feminicídios foram motivados por ciúmes, sentimento de posse e não aceitação do término do relacionamento.

Assim como afirmam Sant’Anna e Vieira, para o tenente Iure, coordenador do policiamento PROVID da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) – organização que visa inibir o ciclo de violência doméstica – o aumento de casos de feminicídio de 2020 para 2021 é uma das consequências da pandemia de Covid-19, já que as pessoas passaram a se isolar por um período e depois voltaram a circular gradualmente nas ruas.

Agressão psicológica

Casos em que a violência verbal evolui para agressão física são mais comuns do que parece. Apesar de tapas ou socos serem a primeira representação quando se trata de violência contra a mulher, não é apenas a agressão física que define um relacionamento abusivo. A violência psicológica contra mulheres representa 84,5% das denúncias no DF.

De acordo com o levantamento anual da SSP-DF, ameaças e insultos contra mulheres têm maior incidência na capital do país desde 2017, seguidos por violência física e patrimonial.

Gráficos revelam a evolução de casos no DF:

Gráfico de um levantamento sobre a incidência de violências contra a mulher no DF

Assim como em 2018, o ano de 2017 apresentou índices de violência psicológica e física muito próximos. Apesar de a agressão moral assumir a liderançaDivulgação/SSP/DF

Gráfico de um levantamento sobre a incidência de violências contra a mulher no DF

Em 2021, relatos de violência psicológica e moral somaram 84,5% das denúncias realizadas até o mês de setembroDivulgação/SSP/DF

Gráfico de um levantamento sobre a incidência de violências contra a mulher no DF

Em 2020, queixas relacionadas à agressão psicológica somaram 80% das denúncias de violência contra a mulherDivulgação/SSP/DF

Gráfico de um levantamento sobre a incidência de violências contra a mulher no DF

Em 2019, dos tipos de crimes cometidos contra mulheres, as violências psicológica, física e patrimonial lideraram o rankingDivulgação/SSP/DF

Gráfico de um levantamento sobre a incidência de violências contra a mulher no DF

No ano de 2018, violências física e moral tiveram quase a mesma incidência no DF, de acordo com a SSP-DF Divulgação/SSP/DF

Gráfico de um levantamento sobre a incidência de violências contra a mulher no DF

Assim como em 2018, o ano de 2017 apresentou índices de violência psicológica e física muito próximos. Apesar de a agressão moral assumir a liderançaDivulgação/SSP/DF

Gráfico de um levantamento sobre a incidência de violências contra a mulher no DF

Em 2021, relatos de violência psicológica e moral somaram 84,5% das denúncias realizadas até o mês de setembroDivulgação/SSP/DF

Denuncie

Ligue 190 – Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF)

Uma viatura da Polícia Militar é enviada imediatamente até o local para o atendimento. Disponível 24h por dia, todos os dias. Ligação gratuita.

Ligue 197 – Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF)

A Polícia Civil do Distrito Federal conta, ainda, com canais de denúncia nos quais são garantidos o sigilo.

Quatro meios para recebimento de denúncias são disponibilizados pela Polícia Civil (PCDF): o 197 Denúncia on-line, o telefone 197 Opção 0 (zero), o e-mail denuncia197@pcdf.df.gov.br e o WhatsApp (61) 98626-1197.

Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher

A Central de Atendimento à Mulher é um canal criado pela Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, que presta uma escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência.

O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento. A denúncia pode ser feita de forma anônima

Delegacia Especial de Atendimento à Mulher – DEAM

Diante de qualquer situação que configure violência doméstica, a mulher deve registrar a ocorrência em uma delegacia de polícia, preferencialmente nas Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher – DEAM, que funciona 24 horas por dia, todos os dias.

Endereço: EQS 204/205, Asa Sul, Brasília-DF, CEP: 70234-400

Telefones: 3207-6172 / 3207-6195 / 98362-5673

E-mail: deam_sa@pcdf.df.gov.br

Com informações do Metrópoles

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